quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Lean



Você sabe o que é Lean? Já ouviu falar do Modelo Lean de Produção ou Manufatura? Ok, talvez você provavelmente já tenha ouvido falar do Modelo Toyota de Produção. Sim? Então você sabe o que é Lean. Não? Pois não perca a chance de aprender um pouco sobre o tema com um verdadeiro praticante do Lean com mais de 20 anos de experiência em manufatura, dos quais grande parte foram no chão de fábrica da Toyota Manufacturing Canada, ou TMMC.

O livro é o Produção Lean Simplificada, tradução do original Lean Production Simplified. O autor é o Pascal Dennis, que conseguiu escrever de forma prática e direta sobre Lean, trazendo diversos conceitos às vezes difíceis de compreender para a prática do cotidiano.

O pensamento Lean nasceu em meados de 1950, quando Eiji Toyoda e Taiichi Ohno chegaram a conclusão que a produção em massa não funcionaria no Japão e concluíram também que "existem algumas possibilidades para melhorar o sistema de produção". Tudo o que eles desenvolveram a partir destas conclusões é o que trata o livro.

É praticamente impossível definir de forma objetiva o que é Lean. Ele pode ser considerado um conceito, mas não existe uma definição. Pode ser considerado um conjunto de práticas, porém não há manuais ou certificados - como ISO ou CMM. Para muitos isto pode vir a ser uma barreira, pois não compreender completamente algo, é sinal que não estamos maduros o suficiente para adotá-lo, especialmente dentro de uma empresa ou chão de fábrica. É aí que entra a beleza da coisa, Lean não está nos processos, não está nos modelos, não está nos manuais. É dentro da cultura de uma organização que o Lean mostra o seu poder, somos levados a um modo de pensar mais efetivo, mais humano, buscando a perfeição, mesmo sabendo que não se pode encontrá-la.

Lean numa casca de noz:
  • Foco no cliente. Não produza nada que o cliente não tenha pedido
  • 7 Desperdícios (Movimento, Espera, Transporte, Correção, Excesso de Processamento, Excesso de Produção e Estoque). Diminuir continuamente cada um destes deperdícios
  • Equilíbrio, estabilidade e padronização. São 3 componentes muito importantes para a eficiência dos processos
  • Just-in-Time (JIT). Aqui entram os conceitos de Kanban e nivelamento da produção, que ajudam a manter o estoque em níveis reais e o foco no cliente.
  • Jidoka. Identificar e conter os defeitos rapidamente.
    "Pare a produção para que produção nunca tenha que parar" (provérbio da Toyota)
  • Envolvimento. As pessoas são estimuladas a identificar, propôr e implementar melhorias diariamente
  • Hoshin. Planejamento em camadas que compartilha a visão da empresa em todos os níveis
  • Cultura. A disciplina da prática diária que acontece de forma intensa mas sem o peso da imposição

O pensamento e a cultura Lean dentro de qualquer ambiente, tornam-se um ciclo virtuoso que traz resultados expressivos em muito pouco tempo.
"Sugerir é criar. Definir é destruir."
Garcia Lorca

Boa leitura!
[]'s
George.

domingo, 29 de março de 2009

Divulgação

Falta de tempo seria o motivo mais plausível, mas no momento em que vivemos, posso apenas culpar a crise financeira mundial pela falta de posts nesse blog que todo mundo vai engolir.

Sim, quem aqui já não sentiu os efeitos da crise quando foi pedir aquele aumento, ou quando foi reivindicar aquela promoção tão merecida? Daqui a pouco vão querer justificar até o corte do cafezinho, o combustível dos programadores. Aí sim, a economia vai por água a baixo.

É, a crise realmente afetou profundamente alguns, no entanto muitos apenas se aproveitam da situação para darem aquela enxugada nos seu "mal dimensionado" quadro de funcionário. Se a empresa consegue sobreviver sem aquelas gordurinhas, então por que eles foram contratados em primeiro lugar? Sem dúvida, a incompetência de várias empresas, e grandes empresas, afloram num momento como este. Na contramão da crise estão empresas como o Google, que demitiu pouco mais de 200 funcionários, a Apple, que continua contratando, sem falar de muitas outras ponto-com como Facebook que não param de buscar novos talentos.

Enfin, o objetivo deste post é na verdade divulgar um evento muito importante para o calendário gaúcho, e não divagar sobre a tão famigerada crise. Vou setar o modo desabafo para desligado agora. Ok, coloquem em suas agendas, falta menos de um mês para o Agile Weekend. Mais informações sigam o link do evento: http://agileweekend.guma-rs.org/

[]'s
Zz.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A Cabeça do Steve Jobs


Esse é o título do livro sobre um gênio vivo, o qual tive oportunidade de ler durante o período de festas no final do ano passado. Para quem ainda acha que video-game é coisa de criança, saiba que o criador da Apple veio da Atari, num período em que, tanto a indústria dos games quanto a dos computadores pessoais ainda estava tentando se consolidar. Assim como por trás da Nintendo existem mentes brilhantes, na Apple não é diferente, Steve Jobs ergueu uma marca que atrai fanáticos e fiéis consumidores de tecnologia de vanguarda ao redor do mundo, e eis algumas das lições que podemos tirar do seu trabalho:

1 - Foco
Como "dizer não" salvou a Apple. Logo a após a sua volta para a empresa que fundara, ele quebrou com todo o "sistema" existente, trocando completamente o alto escalão da empresa por velhos amigos e proeminentes profissionais de sua confiança. Acabou com praticamente toda a linha de produtos existentes, simplificando-a drasticamente e fortalecendo a marca. Uma vasta lista de mudanças se prepertou com a sua volta, e muito pouca coisa continuou como estava, incluindo os funcionários. Poucos continuaram na empresa, como foi o caso de Jonathan Ive (que posteriormente seria o criador do iPod).

2 - Despotismo
Com todo o poder em suas mãos ele chamou a equipe de designers do sistema operacional de idiotas e deu início a um processo minuncioso de aperfeiçoamento e simplificação do que viria a se tornar o OS X. Para Jobs não há detalhe pequeno demais. Ao longo de 18 meses, centenas de novos modelos de componentes gráficos foram feitos e refeitos, até que o resultado, fosse alcançado. Em suas próprias palavras:
"Os botões da tela ficaram tão bonitos que vocês terão vontade de lambê-los." [1]

3 - Perfeccionismo
Para Steve Jobs, design virou religião, e ele quer que nada passe desapercebido na experiência dos seus consumidores. Do design do computador à sua embalagem, da interface gráfica a usabilidade. Tudo faz parte de uma experiência única, pensada em cada detalhe pelo próprio criador e CEO da Apple. Parece improvável para um alto executivo, mas o Jobs em pessoa participa da formulação de cada elemento da experiência do cliente. Nesse sentido o design para Jobs tomou outro sentido: função ao invés de apenas forma.

4 - Elitismo
Poucas grandes empresas conseguem manter uma pequena equipe fazendo um grande trabalho, a Apple é uma delas. Graças a filosofia do seu criador de apenas contratar os melhores e montar times nota 10. Os melhores cérebros do mundo em suas respectivas áreas estão ou já passaram pela empresa da maçã. Muitos deles, assim como o clientes satisfeitos da marca, não têm a menor intenção de deixar a empresa. Apesar de terem um dos trabalhos mais desafiadores do mundo, recebem muitos incentivos da empresa para permanecerem por lá, além de, claro, conviverem com outras pessoas tão boas ou melhores que elas, tornando o ambiente extremamente estimulante.

5 - Paixão
A consciência de estar criando algo revolucionário e não apenas um computador ou dispositivo, consegue motivar os brilhantes engenheiros da Apple a trabalharem 90 horas por semana, e adorando. Muitos dos funcionários sinceramente acreditam que a companhia está deixando uma marquinha no universo. Jobs conseguiu insuflar em sua equipe uma paixão única pelo trabalho que realizam e, sem dúvida, esse é um dos elementos de seu sucesso.

6 - Espírito Inventivo
Sobre esse tópico eu vou deixar que o próprio Steve comente:
"A inovação não tem nada a ver com a quantidade de dólares que você investe em P&D. Quando a Apple lançou o Mac, a IBM estava gastando no mínimo cem vezes mais em P&D. Não é uma questão de dinheiro. É a equipe que você tem, sua motivação e o quanto você entende da coisa." [2]
Jobs simplesmente zomba da idéia de departamento e "budget" para P&D. Jobs não pensa: Vamos ser inovadores. Mas: vamos fazer excelentes produtos. Inovação está inerente a um processo de desenvolvimento e não confinado em um laboratório cheio de nerds.

7 - Controle Total
O que pode ter sido a causa do seu quase fim, é também hoje a razão do seu sucesso. Steve Jobs sempre gostou de ter o controle total sobre o hardware, software e os serviços da sua marca. Seja um desktop ou um laptop, iPod ou iPhone, hardware e sistema operacional, aplicativos ou iTunes, tudo está sob o controle e rígido padrão de qualidade dele e de sua equipe. Esta é filosofia por trás da estratégia de tornar dispositivos complexos em produtos adequados as massas, também chamada atualmente de integração vertical. Os concorrentes da Apple estão começando a compreender os benefícios dessa integração vertical como é caso da Nokia, Real Networks, Sandisk, Sony e Microsoft, só para citar algumas.

Até a próxima!
[]'s
Zz.

Referências:
[1] - Steve Jobs, sobre a interface de usuário do Mac OS X, Fortune, 24 de janeiro de 2000
[2] - Steve Jobs, na Fortune, 9 de novembro de 1998

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Dinastia Nintendo

Os Mestres do Jogo (David Sheff), livro citado no meu post anterior é o tema que gostaria de tratar agora. Este livro fez parte da minha leitura nas férias, estava na fila aguardando o melhor momento. Pensei inicialmente em fazer um review do livro, mas já existe um muito bom aqui. Então vou tentar dizer em poucas palavras o que mais me chamou a atenção nesse clássico "fascinante, com lugar garantido nas melhores bibliotecas de administração".

Pouca gente, realmente, conhece a Nintendo. Apesar de ser uma grande marca, de sua abrangência mundial e de muitos terem crescido comprando os seus produtos, ainda assim, ela é bastante desconhecida em termos de empresa, trajetória, competência, valores e dinheiro, muito dinheiro como eu nunca pude imaginar.

Trajetória e História

A Nintendo é muito mais antiga do que a grande maioria das empresas de tecnologia da atualidade, 1889. O computador e a internet estavam longe de serem inventados, assim como os videogames. De qualquer forma, há mais de um século nascia uma pequena e modesta empresa de entretenimento, cujo principal negócio era fazer cartas de um baralho japonês. Gerações mais tarde a Nintendo entraria no que se tornara uma forte indústria, a indústria dos brinquedos. Passando a contar com pessoas criativas e tirando proveito de mentes brilhantes, começou a desenvolver brinquedos que se tornariam sucesso em todo o Japão. Após a guerra e outros eventos, a empresa passou por várias dificuldades até que Hiroshi Yamauchi, que foi o número 1 da empresa até pouco tempo, assumisse o controle. Sua trajetória é inigualável e seu crescimento, sem precedentes:

  • Em 1991, suplantou a Toyota, tornando-se uma das empresas mais lucrativas do mundo e a primeira em crescimento potencial
  • Em 1992, obteve 80% dos 5.3 bilhões de dólares da indústria do videogame nos Estados Unidos
  • Em 1993, se posicionava para dominar agressivamente a multimídia e as redes de comunicações mundiais
Pouca gente sabe que a Nintendo incomodou as maiores empresas do mundo nas mais diferentes áreas, deixou várias vítimas pelo caminho e abriu passagem pelo Estados Unidos em meio a uma forte tensão entre os dois países.

Empresa e Tamanho

A Nintendo não inovou apenas com o Nintendo o Wii, como pensam alguns. A empresa tem uma vasta lista de softwares, serviços, produtos e modelos de negócio que mudaram o curso da história na indústria de tecnologia bem como no mundo dos negócios:

  • Foi a primeira empresa a descobrir a indústria do software, o seu videogame o Famicon (Family Computer) teria um custo muito baixo para o hardware da época. A Nintendo levou seu dispositivo às massas para na verdade lucrar com o software, seus jogos
  • Foi a primeira empresa a possibilitar que serviços como, compra e venda de ações fossem feitas on-line. Sim, o Famicon era um computador que podia se conectar a serviços através de um modem
  • Foi a primeira empresa a colocar DRM (Digital Rights Manegement) em seus produtos. Seus cartuchos continham um chip com um código especial que era validado pelo console, várias foram as tentativas de quebrá-lo, o que ocasionou em um verdadeiro duelo de titãs entre a Nintendo e uma subsidiária da Atari.
A empresa tem eficiência e lucro invejáveis. Em 1991, por exemplo, com 850 funcionários apenas, a Nintendo faturava 1,5 milhão de dólares por empregado. Nesse mesmo ano, a Sony, com 50 mil funcionários, lucrou 400 milhões de dólares a menos do que a Nintendo. 

Valores e Pessoas

Muito das táticas e grandes empreitadas de sucesso da companhia vinham do aguçado faro de Hiroshi Yamauchi, e em menor escala do seu genro e presidente da NOA (Nintendo Of America), Minoru Arakawa. Por causa do espetacular senso de sucesso e mercado, e da incrível habilidade de se cercar de pessoas competentes, o grande líder da Nintendo conseguiu trazer e manter as melhores mentes da indústria da computação e eletrônica:

  • Gunpei Yokoi foi o gênio por trás do Game Boy, o primeiro videogame portátil de estrondoso sucesso e milhões de venda, e de inúmeros bons títulos como Metroid e Mother Brain
  • Masayuki Uemura foi o responsável pelo hardware Nintendo. A sua equipe desenvolveu também os periféricos, incluindo o Communications Adapter para a Rede Nintendo
  • Genyo Takeda realizou o grandioso feito de utilizar memória RAM junto com a memória criada pelo seu grupo, a UNROM. Nada mais óbvio utilizar RAM hoje em dia para guardar informações temporárias, mas naquela época isso foi uma grande revolução que possibilitou um salto na qualidade dos jogos
  • Por fim, não menos importante, Shigeru Miyamoto, o pai de um dos maiores ícones de todos os tempos, Mario. A figura do Mario maculou um dos maiores patrimônios dos Americanos. O que é mais americano do que o Mickey? Após o Mario as crianças fizeram mudar a reposta à essa pergunta.
A Nintendo deteve a hegemonia na indústria dos videogames e em muitas outras áreas na indústria da computação e entretenimento durante os anos 80 e 90, após algumas vaciladas chegou a perder imensa fatia de mercado na virada do século. Não há qualquer sinal porém de que ela esteja conformada com todo o seu sucesso do passado. O Nintendo Wii já vendeu mais de 24 milhões de unidades desde o seu lançamento, mais de 2 milhões só no mês de ações de graças nos Estados Unidos. Acredito que a Dinastia Nintendo ainda vai, para nossa alegria, se perpetuar por um bom tempo.

[]'s
Zz.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Equilíbrio Entre Trabalho e Vida Pessoal

Work Life Balance (WLB), termo bastante utilizado nos dias de hoje dentro das grandes corporações para tentar definir a tênue linha que separa o trabalho da vida pessoal de seus funcionários. Se considerarmos que o trabalho começa quando o funcinário põe o pé na empresa e acaba quando ele bate o ponto no final do dia, essa separação é bastante clara e objetiva. Porém, a tecnologia está ajudando a deixar essa separação cada vez mais embaçada. Celulares, pagers, Blackbarries, notebooks e afins, contribuem para suprir a necessidade das pessoas de estarem sempre alcançáveis ou "conectadas". Mas conectadas com o quê? Usuários aficcionados por tecnologia e informação, desejam estarem conectados com o mundo a fora e com todos os acontecimentos e novidades. Estes são os consumidores mais vorazes de informação e conectividade. Por outra lado, existem os funcionários das grandes empresas, não necessariamente interessados em estarem sempre disponíveis aos seus chefes ou equipe quando fora do horário de trabalho. A esses a necessidade de estar conectado é equivalente a "estar disponível". Sempre!

Ao chegar em casa, o Blackbarry continua vibrando alucinadamente anunciando novos e-mails e comunicados importantes. Ceder a tentação é quase impossível e não raro o, agora pai em sua casa, volta a ser o empenhado funcionário da sua empresa enquato senta a mesa para jantar. Entre uma conversa e outra tem que responder àquele e-mail urgente, ou aprovar aquele último relatório que chegou. A atenção dedicada a família passa a ser disputada entre conversas quebradas e mais "bipes" que ecoam dos maravilhosos aparelhinhos tecnológicos.

Esse assunto me veio a mente por causa da aparente batalha entre os objetivos profissionais e pessoais. Será que existe uma separação aqui? O trabalho não deveria ser apenas o meio pelo qual chegamos as realizações pessoais? Na prática é difícil encontrar o equilíbrio. Estou começando a acreditar se tratar de uma metáfora. Quase invariavelmente pessoas muito bem sucedidas no mundo dos negócios devem ao seu sucesso uma boa parcela de negligência à família. Não canso de contar os exemplos, que aparecem aos montes sempre que leio sobre alguém genial que fez algo extraordinário. 

Estou lendo o livro Os Mestres do Jogo, Por Dentro da Nintendo, de David Sheff. Um clássico muito raro de ser encontrado, publicado em 1993 - agradeço ao meu cunhado, um maníaco por video games, por ter me apresentado esta obra - que fala sobre a história da Nintendo e dos gênios por traz dessa incrível indústria. Hiroshi Yamauchi, o grande mentor, que comandou com braço de ferro sua poderosa organização por décadas levando a Nintendo de uma fábrica de cartas a uma das maiores corporações do mundo, é um exemplo do meu argumento. Mantinha um relacionamento de fachada com a esposa e negligenciava até as práticas milenares japonesas de sentar-se a mesa com a família. A sua filha, profundamente traumatizada pelo relacionamento escasso com o pai, acabara casando-se com um homem com menos pretensões e ambições do que o pai, pois não queria aquilo que virera na infância para ela e nem para a sua nova família. O seu marido viria a se tornar o braço direito do pai na NOA (Nintendo Of America) e ela viveria um pesadelo durante muitos anos.

Richard Stallman, o guru do Software Livre uma vez perguntado mencionou que não pretendia se casar ou ter filhos, pois teria que se dedicar a sua família e não mais a sua causa. Mais do que nunca, casar-se nos dias de hoje tornou-se uma decisão difícil e um exercício de planejamento de uma vida. Até que ponto queremos perseguir nossas ambições pessoais - as vezes mesquinhas - em detrimento da felicidade no seio familiar? Não falo da fugacidade de prover bens materiais nem de comprar comida, mas de viver intensamente o amor, a atenção, o cuidado e o partilhar que se perde diariamente dentro dos nossos lares.

Um Feliz Natal a todos!
[]'s
Zz.

domingo, 23 de novembro de 2008

Avaliação de Desempenho e a Procrastinação

Já faz alguns dias que não escrevo nada... E o pior é que não estou só falando no blog. Vocês podem achar estranho, mas descobri a pouco que procrastinação ("deixar para depois") tem tudo a ver com essa fase do ano.
  • Tenho pensado em escrever novamente no blog já faz vários dias... fui deixando.
  • Tenho que melhorar o layout do blog já faz várias semanas.
  • Tenho que visitar um amigo que acabou de virar papai... fui deixando (daqui a pouco a criança vai estar caminhando... droga, nem sei se o presente ainda serve).
  • Alguém aí já comprou os presentes de Natal?
Atire a primeira pedra quem nunca deixou para amanhã o que facilmente poderia ter feito hoje.
E o que eu deveria estar fazendo agora? É, isso aí, a primeira parte do título desse post, minha auto-avaliação de desempenho deste ano de trabalho, e também uma meia dúzia de avaliações de meus coelgas. Mas deixei para depois para poder escrever esse post.

Talvez vocês não tenham isso onde vocês trabalham. Mas a empresa onde estou agora tem um conceito forte de avaliação por mérito, progressão funcional baseada em performance (desempenho), auto-avaliação anual faz parte desse processo. Então, basicamente, estamos também falando em $, ou seja, sim, eu deveria estar me dedicando a esta auto-avaliação.

Falando um pouco mais dessa história de avaliação de performance.
No início do ano temos que fazer um plano com objetivos que pretendemos cumprir ao longo de todo o ano. Nesta época temos que descrever quais objetivos completamos e quais não, as razões e porquês e como conseguimos os bons resultados. Muitas empresas fazem dessa forma.
Eu acabo sempre deixando para a última semana, falta de organização eu acho. Mas o ideal é estarmos constantemente avaliando os objetivos e anotando o progresso e conquistas para cada um deles. Assim, no final só será preciso fazer uma revisão do que já foi escrito, coisa de 30 minutos, é o que deveria ser. Já me deram esse conselho várias vezes só que nunca consegui colocar bem em prática :-(

Essa fase também é difícil para mim porque não gosto muito de fazer auto-promoção. Mas aos poucos estou aprendendo que isso não é bem auto-promoção, mas sim valorizar nossas próprias conquistas. Afinal, porque ficamos super felizes e vestimos a camisa do Inter quando ele foi Campeão Mundial em 2006 e não conseguimos vestir a camiseta das nossas próprias conquistas? (assunto para outro post).

Bom, o que eu queria dizer mesmo é: não faça como eu, não deixe para o último dia a sua avaliação de performance ou as suas compras de Natal. Quando vocês estiverem na fila das lojas Americanas na tarde do dia 24, ou quando o chefe não lembrar daquele super projeto que você fez milagre para que desse certo só que também esqueceu de incluir na auto-avaliação, vocês vão lembrar do que falei...

domingo, 9 de novembro de 2008

Mamma Mia!

Estou querendo fazer um review de filme já faz algum tempo, então resolvi começar com um filme que andou sendo o foco de muitas conversas entre eu e minhas colegas de trabalho: Mamma Mia!

Ao meu ver, esse filme tem como alvo 3 tipos de audiência:
- Mulheres de todas as idades
- Apaixonados por musicais
- Fãs do grupo ABBA


Eu me encaixo em praticamente todas as categorias (não sou uma super fã de ABBA, mas conheço e curto várias músicas). Se você não se encaixa em nenhuma categoria talvez seja melhor parar de ler agora, a não ser que queira entender porquê sua mãe, namorada/esposa/"namarida", irmã(s) e amiga(s) se apaixonaram pelo filme, pois acreditem: ainda não conversei com alguma mulher que tenha visto o filme e não tenha AMADO! Não sou nenhuma especialista sou apenas uma pessoa apaixonada por filmes, então vamos ao que interessa e seja o que Deus quiser.

Trama: O filme se passa numa pequena ilha grega onde Sophie, uma garota de 20 anos que foi criada apenas pela mãe, sonha em conhecer seu pai. Às vésperas de seu casamento ela acha o diário de sua mãe e descobre que existem 3 homens que podem ser seu pai. Entusiasmada com a possibilidade de conhecer seu pai e de que o mesmo entre com ela na Igreja o que Sophie faz? Convida seus 3 possíveis pais para o casório.
Independente do fato de que o filme é um musical, pela trama se vê que o há potencial para uma boa comédia.

Elenco: Um dos pontos fortes do file é seu elenco, que conta com Meryl Streep (alguém não sabe quem ela é?), Julie Walters (a mãe do Ron Waesley da série de filmes Harry Potter), Pierce Brosnan (o 007 anterior ao loiríssimo Daniel Craig) e Colin Firth (Bridget Jones e Simplesmente amor) além de outras caras conhecidas (e outras nem tanto). Para quem gosta de um filme com várias estrelas de Hollywood, esse é um prato cheio.

Pontos fortes: São vários, Vou tentar listar todos, ou pelo menos os principais.
1. O Elenco. Eu acho muito legal quando vou assistir um filme desses e descubro que atores como o ex-007 sabem cantar. Outros filmes me fizeram a mesma surpresa como O Fantasma da Ópera, Moulin Rouge e Hairspray (quem não adorou o John Travolta fazendo o papel de uma mulher?) e espero que essa tendência continue. Hollywood parece estar redescobrido os musicais.
2. Ao contrário do que ouvi algumas pessoas falando, as músicas se encaixam bem na trama sim! Até porquê vários trechos das músicas foram modificados/adaptados.
3. O cenário. A história se passa numa pequena ilha Grega e o filme foi gravado nas ilhas gregas mesmo! É fantástico, vale à pena conferir.
4. A cena final (quando os créditos começam a passar). O que vou falar agora não é spoiler, mas se mesmo assim você quer ver o filme e se surpreender, pare de ler agora e pule para o próximo tópico. Ver os 3 atores principais da trama vestidos "à la ABBA" (com direito a calça de lycra e sapato estilo plataforma de salto alto cantando) e dançando junto com as 3 atrizes principais é hilário e impagável!
5. Os números musicais Mamma Mia e Dancing Queen. Quando assisti a essas 2 músicas, principalmente Dancing Queen me senti como se estivesse assistindo clássicos do gênero.

Pontos fracos: Não consigo pensar em muitos.
1. O número musical Does Your Mother Know. Esse sim foi muito forçado e o filme passaria muito bem sem ele.
2. A trilha sonora. "Como assim?" vocês devem estar se perguntando já que eu amei filme. Pois bem, o que quero dizer aqui é que na trilha sonora original do filme, lançada em CD, não contém todas as músicas do filme o que me decepcionou bastante. Muitas pessoas não devem ter notado, mas como uma apaixonada por musicais obviamente notei. Espero que mais adiante seja lançada uma versão completa.
3. A ser definido... Acho que preciso ver o filme mais algumas vezes para encontrar defeitos!

Acho que é isso. O filme realmente é bem legal, é um "chick flick" (filme para mulheres) e uma ótima escolha caso seu objetivo seja assistir algo que é leve e pura diversão. Aos que tenham curiosidade, aí vai o trailer do filme:



E por hoje é isso. Rapazes, a palavra agora é de vocês.

Beijos a todos,
Loony